Veja quem sobra no campo da Direita e da Esquerda
Na reportagem do Jornal O Globo que versava sobre o posicionamento dos
partidos brasileiros, uma pergunta finalizava o questionário enviado para
a direção nacional das 35 atuais legendas: em qual posição política o
partido se colocaria? As respostas, posicionadas numa escala em que 1
representava o máximo à esquerda e 5 o máximo à direta, foram
reorganizadas com as denominações: Esquerda, Centro-Esquerda, Centro, Centro-Direita e Direita.
Os resultados indicaram algo interessante. Embora tenha sido apontado
como o Congresso eleito mais conservador de todos os tempos, o
posicionamento ideológico dos partidos, pelos menos em tese, aponta em
outra direção. Dos 35 partidos consultados, oito se recusaram a
responder o questionário integralmente (PSDB, Rede, PTB, PCdoB, PMN,
PRTB, PR e Solidariedade). O PMDB respondeu apenas a pergunta sobre a
posição ideológica, e o DEM apenas seis das 15 enviadas.
O posicionamento de Centro tende a ser aquela mais confortável para os partidos porque não revela de antemão concepções de mundo que, normalmente, deveriam se vincular às decisões futuras das legendas. São decisões que, em tese, dependeriam mais da conjuntura de cada discussão na Câmara.
Por outro lado, nem sempre o posicionamento à direta ou à esquerda representa uma relação direta entre decisões políticas e visão de mundo das legendas. Isso ocorre porque, quase sempre, muitos deputados tendem a votar diferente da orientação das suas bancadas. São parlamentares que procuram observar mais interesses locais ou pessoais e os custos eleitorais da sua decisão. A exceção, contudo, são os partidos em que há maior unidade em torno da orientação ideológica da legenda.
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